Por uma sociedade sem manicômios!!
Foi com este grito que, em 1987, na cidade de Bauru, um grupo de trabalhadores de saúde mental, defendeu o 18 de maio como o Dia Nacional de Luta Antimanicomial.
Ironicamente, em 18 de maio de 1898, foi inaugurado, na cidade de Franco da Rocha, o famoso hospital psiquiátrico conhecido como Juquery. A data foi escolhida para nos lembrar de como devemos refletir com olhar crítico nossas práticas de cuidado, mesmo que sejam, no presente, consideradas adequadas.
Inspirados pela proposta de reforma psiquiátrica italiana, durante os anos 60, do psiquiatra Franco Basaglia, no Brasil, foram escritos projetos de Lei que, em 2001 culminou com a atual legislação em saúde mental.
Ribeirão Preto teve e tem uma participação importante no movimento antimanicomial e, em 1995, conseguimos aprovar uma Lei municipal, seis anos antes da Federal.
Temos, sim, o que comemorar, mas, nos últimos anos tivemos alguns retrocessos com políticos defendendo o retorno de leitos em psiquiatria, a internação de crianças e o financiamento das comunidades terapêuticas para dependentes químicos, numa distorção das propostas de tratamento sem exclusão e aprisionamento.
Porque prender não é um recurso terapêutico, defendemos ostratamentos que promovam a inclusão, sendo essencialmente realizados através deuma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Professora Isabel Cristina Carniel (CRP: 06/42744)
Coordenadora da Especialização em Psicologia Clínica Fenomenológico-existencial
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (1991), especialização em Sexualidade Humana pela Universidade de São Paulo (1997), mestrado em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1997) e doutorado em Psicologia pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é pesquisadora e professora titular da Universidade Paulista (UNIP), onde exerce atividades acadêmicas desde 1998. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Programas de Ressocialização, atuando principalmente nos seguintes temas: clínica institucional, saúde mental, inclusão social, grupos operativos, acompanhamento terapêutico, oficinas de criatividade, fenomenologia e existencialismo.